Robert Plummer
Notícias da BBC
Enquanto o mundo aguarda para ver como o retorno de Donald Trump remodelará as relações entre Washington e Pequim, a China acaba de tomar uma ação decisiva para consolidar sua posição na América Latina.
Trump venceu a eleição presidencial dos EUA com uma plataforma que prometia tarifas de até 60% sobre produtos feitos na China. Mais ao sul, porém, um novo megaporto apoiado pela China tem o potencial de criar rotas comerciais totalmente novas que contornarão a América do Norte completamente.
O próprio presidente Xi Jinping compareceu à inauguração do porto de Chancay, na costa peruana, esta semana, uma indicação de quão seriamente a China leva o desenvolvimento.
Xi estava no Peru para a reunião anual do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec). Mas todos os olhos estavam em Chancay e no que ele diz sobre a crescente assertividade da China em uma região que os EUA tradicionalmente veem como sua esfera de influência.
Como observadores experientes veem, Washington está agora pagando o preço por anos de indiferença em relação aos seus vizinhos e suas necessidades.
“Os EUA estiveram ausentes da América Latina por tanto tempo, e a China se aproximou tão rapidamente, que as coisas realmente se reconfiguraram na última década”, diz Monica de Bolle, pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics, em Washington.
“Você tem o quintal da América se envolvendo diretamente com a China”, ela diz à BBC. “Isso vai ser problemático.”