De acordo com Alessandro Dessimoni, alíquotas de 2% a 5% passam para 26%; e a de 14,25% sobe para 26,5%.

Com base no atual texto da Reforma Tributária que está em aprovação pelo Senado Federal, o setor de serviços será impactado com aumento de impostos. Em especial o setor logístico, que terá reajustes para a compra e manutenção de frotas, além dos aluguéis que também devem sofrer aumentos. 

Em comunicado, o vice-presidente jurídico da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Alessandro Dessimoni, afirmou que participa de encontros com autoridades governamentais para tentar alterar esse cenário da reforma tributária que deve ser aprovada em até 90 dias em Brasília (DF). 

O Dessimoni explicou que o setor de serviços, em especial transportadoras e operadores logísticos, têm dificuldades para gerar créditos e o maior insumo do segmento é a mão de obra, sendo que a folha de pagamento não gera créditos para “abater” o alto custos dos impostos. 

De acordo com o executivo, transportadores e operadores logísticos, por exemplo, que prestam serviços em seus municípios e são contribuintes do ISS, recolhem hoje um tributo que varia de 2% a 5%. Com a reforma, passarão a recolher IBS e CBS que provavelmente terá uma alíquota superior a 26,5%, considerado um grande aumento de impostos para o setor. 

Para um prestador de serviço que tem como base o lucro real, hoje contribuinte com os impostos PIS e COFINS, que giram em torno de 9,25%, a empresa deve pagar no futuro uma carga total de 14,25% (ISS + PIS e COFINS) para 26,5%. 

As transportadoras, por exemplo, podem adquirir créditos por conta dos gastos com combustíveis, aquisição e manutenção de caminhões. “Mas ainda não sabemos se os créditos serão suficientes para cobrir o aumento da carga tributária que está prevista, conforme explicado acima. Hoje, a média é entre 12% e 18% dependendo do estado e futuramente, a atual reforma tributária prevê 28%”, disse Dessimoni. 

Segundo o vice-presidente da Abralog, após a aprovação final da Reforma Tributária, os aluguéis serão tributados em 28% que podem gerar aumento de custos da operação e o valor cobrado do próprio serviço, impactando toda a cadeia logística. O cenário previsto é aumento do custo de vida para os brasileiros e inflação. 

Na avaliação do executivo, o cenário é ruim para operadores logísticos e transportadores. “Mas, só teremos certeza total, quando a nova lei estiver vigente (2026)”, afirmou. 

SIMPLIFICAÇÃO 

Dessimoni explicou que a unificação dos tributos pode simplificar o sistema e resultar em uma significativa redução dos custos com compliance e obrigações acessórias.  

“Para empresas do setor logístico, que frequentemente operam em várias regiões e precisam lidar com a legislação tributária de diferentes estados, essa mudança pode gerar padronização e reduzir recursos em relação a sistemas e equipe operacional para entender o cenário de tributos no país”, esclareceu. 

Fonte: Mundo Logística

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