Mais de 300 programas na Europa: estudo destaca importância de incentivos governamentais para o mercado de bicicletas

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Victor Bianchin

Foto: Ugur Arpaci/Unsplash

Uma nova pesquisa da empresa de consultoria Mordor Intelligence afirma que o mercado mundial de bicicletas, que em 2025 vale US$ 58,52 bilhões, vai crescer 4,2% ao ano e valerá US$ 71,99 bilhões em 2030.

O crescimento é impulsionado principalmente por iniciativas ambientais, avanços tecnológicos e investimentos em infraestrutura.

O estudo destaca a importância de haver investimento do governo para impulsionar o setor. Segundo ele, existem quase 300 programas de incentivos fiscais e subsídios para a compra de bicicletas em toda a Europa, em níveis regionais e federais.

Isso torna o ciclismo mais atrativo e incentiva as pessoas a reduzirem o uso do carro, com o número de projetos apresentando um aumento significativo desde 2019.

Mercado de bicicletas movido por benefícios fiscais a usuários

Diversos países também implementaram programas que oferecem incentivos financeiros na forma de benefícios fiscais para funcionários que utilizam a bike para ir ao trabalho. O que ajuda a fomentar o mercado de bicicletas.

Por exemplo, na Holanda, cada quilômetro pedalado pode render ao cidadão um valor extra de US$ 0,22 isento de impostos, enquanto a Bélgica oferece pagamento de cerca de US$ 0,26 por quilômetro para ciclistas.

O programa Cycle to Work do Reino Unido permite que funcionários adquiram bicicletas e equipamentos com desconto por meio de seus empregadores. E ciclistas britânicos que utilizam a bicicleta para fins profissionais podem solicitar um reembolso de cerca de US$ 0,26 por milha percorrida.

Luxemburgo concede aos funcionários abatimento fiscal de US$ 340 na compra de bicicletas, enquanto a França se comprometeu com um investimento de € 350 milhões em infraestrutura cicloviária entre 2018 e 2025.

“Essas iniciativas não apenas impulsionam o transporte por bicicleta, mas também aumentam a demanda por bicicletas e equipamentos para ciclismo, contribuindo para o crescimento geral da indústria”, destaca a pesquisa.

Infraestrutura e tecnologia

No que diz respeito à infraestrutura, o estudo destaca recentes iniciativas na Europa. Em novembro de 2022, a Holanda alocou aproximadamente US$ 1,2 bilhão para o desenvolvimento da infraestrutura cicloviária.

Da mesma forma, em maio de 2023, o governo francês anunciou um plano abrangente de investimento de € 2 bilhões até 2027 para aprimorar a infraestrutura cicloviária e promover a adoção de bicicletas.

Esses investimentos têm como foco a expansão de ciclovias dedicadas, a melhoria das instalações de estacionamento para bicicletas e a criação de redes cicloviárias interconectadas em áreas urbanas.

Já os avanços tecnológicos podem ser vistos na diversificação de produtos lançados todo ano. A indústria tem registrado um aumento no desenvolvimento de materiais leves, designs aerodinâmicos e recursos ergonômicos para aprimorar a experiência de pedalada.

Outro exemplo: na Alemanha, o Giant Group lançou em 2023 sua linha de e-bikes da marca Momentum, apresentando a Voya E+ para deslocamentos urbanos e a PakYak E+ para transporte leve de carga em aventuras.

“Essas inovações refletem a resposta da indústria às diversas necessidades e preferências dos consumidores”, diz o texto.

O levantamento também destaca o crescimento das bicicletas elétricas, que responderam por 48% do mercado em 2024. Essa posição é impulsionada pelo crescente interesse dos consumidores por atividades recreativas e de aventura, aliado à ampla adoção das bicicletas elétricas em diversos setores, incluindo logística, delivery de alimentos, turismo e serviços de aluguel de e-bikes.

“Programas e incentivos governamentais em vários países desenvolvidos e em desenvolvimento também desempenharam um papel crucial no estímulo às vendas de e-bikes, com muitas regiões oferecendo subsídios e implementando políticas de apoio para promover o transporte sustentável”, destaca o estudo.

A pesquisa ainda destaca alguns pontos para regiões específicas, com uma parte dedicada ao nosso continente.

“O mercado de bicicletas da América do Sul demonstra um potencial crescente, com o Brasil liderando a região e a Argentina apresentando o crescimento mais rápido. O mercado é impulsionado pela mudança nos hábitos dos consumidores, que favorecem meios de transporte ecológicos e econômicos”, diz o relatório.

“Países como o Chile contribuem com o desenvolvimento da infraestrutura cicloviária e o aumento das necessidades de mobilidade urbana. O setor se beneficia da crescente conscientização ambiental, de iniciativas governamentais para a promoção do ciclismo e do aumento da preocupação com a saúde entre os consumidores.”

https://www.automotivebusiness.com.br/noticias/importancia-incentivos-governamentais-mercado-bicicletas

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