O diretor adjunto do SEST SENAT, Vinicius Ladeira, e a gerente executiva ambiental da CNT, Erica Vieira Marcos, marcaram presença na 28ª edição da maior conferência do clima do planeta

Por Agência CNT Transporte Atual
07/12/202311h39

Em razão da sua reconhecida atuação em prol da sustentabilidade ambiental do planeta, o Sistema Transporte marca presença, pelo segundo ano consecutivo, no maior encontro global sobre as mudanças climáticas. Realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de 30 de novembro a 12 de dezembro, a 28ª edição da Conferência das Partes, a COP28, contou com as presenças do diretor adjunto do SEST SENAT, Vinicius Ladeira, e da gerente executiva ambiental da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Erica Marcos. Ambos representaram o Sistema Transporte em um painel sobre transição energética no setor de transporte. 

“A COP28 já é considerada um marco, porque, pela primeira vez desde 2015, ano em que o Acordo de Paris foi assinado, os países signatários fazem um balanço global sobre o progresso feito, até agora, no combate às mudanças climáticas”, disse o diretor adjunto do SEST SENAT na abertura do painel do qual foi mediador. A todos os que marcaram presença no evento, realizado nesta quarta-feira (6), no Expo City Dubai, ele disse acreditar ser possível reverter a já crítica situação ambiental. “Para isso, entretanto, os governos, a iniciativa privada e as entidades que representam os setores responsáveis pela alta emissão de gases poluentes precisam dar as mãos e agir. Cada um deve atuar em sua área e fazer o que estiver ao seu alcance”, afirmou, emendando, em seguida: “E é exatamente isso o que a CNT, o SEST SENAT e o ITL, entidades que formam o Sistema Transporte, vêm fazendo há anos”.

Dentre as iniciativas elencadas, destacam-se o Despoluir, maior programa ambiental do transporte, reconhecido pela ONU; e a série Energia Limpa no Transporte, que se trata de publicações técnicas ambientais sobre fontes energéticas alternativas e tecnologias mais limpas, temas apresentados no painel do Sistema Transporte.

Rotas para a descarbonização

Discutir sobre as vantagens e os desafios das fontes alternativas de energia para o setor é o motivo pelo qual quatro painelistas participaram do evento. A gerente executiva ambiental da CNT, Erica Marcos, por exemplo, falou sobre o hidrogênio verde ou renovável. “Esse é um combustível alternativo promissor para o setor transportador, já que pode ser utilizado como forma de propulsão limpa para os veículos do modo rodoviário, com emissão nula em relação aos já consolidados combustíveis fósseis, no que concerne às emissões de escapamento”, explicou. 

Para ela, essa fonte energética pode impulsionar o Brasil em termos de liderança na produção e na exportação de energia limpa. “O uso do hidrogênio verde reduzirá as emissões dos gases de efeito estufa oriundos do segmento rodoviário, podendo levar à diminuição do aquecimento global e das mudanças climáticas. Além de aumentar a oferta de novas fontes renováveis para o abastecimento de caminhões e ônibus, ele tem potencial para expandir a economia verde nacional”, afirmou Erica Marcos. 

A despeito das vantagens do hidrogênio verde, a gerente ambiental também citou os vários desafios enfrentados pelo Brasil, como a falta de regulamentação relativa às suas especificações e à comercialização; o fato de o mercado energético ainda ser dominado pelos combustíveis fósseis; o alto custo associado à sua produção; e a pouca oferta nacional.
 Além de Erica Marcos e Vinicius Ladeira, três empresários participaram do painel do Sistema Transporte na COP28. Com ênfase na eletromobilidade, Felipe Marçal, CEO da Zero Carbon, apresentou as medidas empreendidas pela empresa em prol da descarbonização. Já Marcos Azevedo, head de Sustentabilidade da Bravo Serviços Logísticos, falou sobre o uso do biometano como uma das ações de transição energética envidadas pela operadora logística. Por fim, Marcelo Freire, sócio fundador da YvY Capital, deu um panorama geral sobre o conjunto de fatores que conferem ao Brasil um forte potencial para assumir o protagonismo na transição energética em termos globais. Além disso, ele falou sobre a necessidade de uma abordagem pragmática de ações que confiram, de modo efetivo, sustentabilidade econômica e bons resultados financeiros, além de melhoria na qualidade ambiental do planeta. 

Combustível do Futuro na Câmara

Nessa quarta-feira (6), a CNT também participou de uma reunião com o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) para tratar sobre o Projeto de Lei nº 4.516/2023, que estabelece o programa Combustível do Futuro. Jardim é o relator da matéria, que se encontra no Plenário da Câmara dos Deputados e tramita em regime de prioridade. O encontro foi realizado no gabinete do deputado, em Brasília (DF); e a CNT foi representada pela gerente executiva do Poder Legislativo, Andrea Cavalcanti. O intuito foi sensibilizar o parlamentar sobre os prejuízos ambientais e financeiros da elevação acima de 10% da mistura do biodiesel no diesel convencional.

Participaram do encontro o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP); o assessor técnico da área ambiental do deputado Jardim, Ziraldo dos Santos; e os colaboradores da CNT Ariana Carvalho e Gustavo Willy. Esse é um tema que preocupa bastante a CNT, já que a elevação do percentual de misturas nos combustíveis costuma trazer prejuízos para as empresas de transporte. “Além da perda da autonomia dos veículos, o que eleva a emissão de CO2 (gás carbônico) na atmosfera, há o problema da quantidade de borra produzida pelo biodiesel que prejudica o funcionamento dos veículos”, explicou Andrea Cavalcanti.
Segundo Gustavo Willy, é necessário ter um mandato único para os combustíveis limpos. “O mandato único é um conceito que estabelece um teto de 10% para misturas em variados tipos de combustíveis, como metano e hidrogênio verde, por exemplo”, detalhou o analista em Transporte da CNT.

A CNT também pediu para ser incluída no CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), pois, assim, poderá dialogar sobre combustível. A medida é uma forma de aproximar um setor considerado um dos maiores consumidores de combustíveis do mundo àqueles que produzem o insumo.

Outra demanda foi para que o processo de alteração do marco legal do combustível seja feito de maneira gradual, com o correspondente investimento em infraestrutura. “Não adianta você ter obrigação de usar hidrogênio verde se não existirem pontos de abastecimento na rota de um caminhão, por exemplo”, explicou Andrea.

Também foram entregues os materiais da série Energia no Transporte — Hidrogênio Renovável, Eletromobilidade e Biometano — para os parlamentares.

Foto da COP28: André Politani

https://www.cnt.org.br/agencia-cnt/sistema-transporte-conduz-painel-sobre-transio-energtica-na-cop28

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