Mobilidade Sampa – Diretor Comercial e de Terminais da Transnordestina Logística S/A (TSLA), do Grupo CSN, Alex Trevisan disse na terça-feira, 22, a um grupo de 23 empresários da indústria e da agropecuária cearense que em 2027 estará pronta e em operação a Ferrovia Transnordestina, que ligará o Sudeste do Piauí – onde a sojicultura cresce em velocidade da Space X de Erlon Musk – ao Porto do Pecém, no Ceará, passando pela pernambucana Salgueiro, onde coletará os produtos do Polo Fruticultor de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).

Ele também disse que, até a conclusão das obras, que seguem sendo executadas pela Construtora Marquise Infraestrutura, serão investidos cerca de mais R$ 7 bilhões.

De acordo com Trevisan, por causa da Transnordestina e como consequência dela, o Porto do Pecém será “o terceiro ou o quarto porto marítimo brasileiro mais movimentado”. Neste momento, o projeto de construção dessa estrada de ferro já tem – no trecho cearense em direção a Pecém – 690 quilômetros de infraestrutura prontos (terraplenagem, imprimação, viadutos, bueiros, obras d’arte), faltando a Linha Permanente (instalação de dormentes e trilhos), parte mais fácil e rápida de executar.

Os serviços de construção da Transnordestina – disse Alex Trevisan – estão chegando a Iguatu, no Centro-Sul cearense, mas em direção a Acopiara, mais adiante.

As obras de construção da Transnordestina arrastam-se desde junho de 2006, quando o projeto foi lançado no primeiro governo; do presidente Lula.

No próximo mês de maio – ele também antecipou na sua conversa com os empresários – será contratada a construção do trecho Quixeramobim-Quixadá, para o que a direção da TLSA está a receber propostas de empresas construtoras.

“Mas posso informar que, em 2025, a Transnordestina estará colocando carga para Pecém”, disse Trevisan. A empresa já tem um terminal naquele porto do cearense e terá, ainda, outro maior e mais moderno para a movimentação de todas as mercadorias que seus trens transportarão do Piauí, Pernambuco e Bahia e vice-versa”.

Usando o modal rodoviário, a Ferrovia Transnordestina atrairá, também, cargas da Paraíba e do Rio Grande do Norte para o porto do Pecém, e no sentido inverso.

Quando todos os serviços de sua implantação tiverem sido concluídos, a Transnordestina terá consumido R$ 18 bilhões de investimentos.

Empresários presentes à reunião com o diretor Comercial e de Terminais da Transnordestina questionaram sobre o prazo de conclusão do empreendimento. Um deles disse à coluna que o prazo de três anos para o fim da obra no trecho cearense “é pouco, porque há desapropriações a serem feitas, o que atrasarão o cronograma da obra: fazer 100 quilômetros por ano é difícil, e mais difícil ainda quando há desapropriações a fazer, o que exige muita discussão, paciência e tempo para fixar oi valor da área que deve ser desapropriada”.

José Maria Pimenta, um agropecuarista cuja fazenda localizada em Quixeramobim será cortada pela Transnordestina, fechou há três anos um acordo de desapropriação com a TLSA, recebeu o valor estabelecido, mas disse aos técnicos da empresa: “Nem meus netos verão essa obra pronta”.

Trevisan tem a certeza de que os que hoje duvidam do prazo de conclusão da ferrovia “viajarão nos seus trens mais cedo do que imaginam”.

Fonte: https://mobilidadesampa.com.br/2024/04/ferrovia-transnordestina-conclusao-prevista-para-2027-e-impactos-no-desenvolvimento-regional/

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