A queda de postes e fios durante temporais têm provocado falta de luz com frequência

A queda de postes e fios durante temporais têm provocado falta de luz com frequência

EPTC/Divulgação/JC

Luciane Medeiros

Luciane Medeiros

Os apagões vêm se tornando rotina para muitos brasileiros como consequência dos frequentes temporais. Em janeiro e março, milhares de gaúchos enfrentaram ficaram dias sem energia após fortes chuvas e ventos que atingiram a rede elétrica, derrubando a fiação e postes.

O engenheiro elétrico Lucas Frangiosi, líder de Novos Negócios na Lead Energy, empresa de diagnóstico e soluções energéticas, traça uma análise de alguns problemas que contribuem para o aumento dos apagões no País. Um deles é o aumento vertiginoso no consumo total de energia a partir do ano passado. “Até 2005, o consumo crescia a uma taxa de 3,5% ao ano, caindo para menos de 1% ao ano entre 2015 e 2022. A partir de 2023, cresceu aproximadamente 8%. Em único ano subiu praticamente o que foi acrescido em 10 anos”, afirma.

Segundo Frangiosi, esse aumento do consumo energético é consequência da retomada econômica, com as indústrias operando normalmente, e também à elevação das temperaturas, que impactam no uso de eletricidade nas residências, comércios e outros estabelecimentos. Quanto mais carregada é a rede elétrica, mais suscetível a falhas.

Frangiosi faz uma provocação sobre os investimentos feitos pelas distribuidoras na rede de energia elétrica nos últimos anos. “Será que estão acompanhando esse aumento de consumo histórico de 2023? Quando não fazem, a rede fica sobrecarregada, e qualquer evento pequeno já dá um transtorno grande. Com as tempestades mais intensas os problemas são mais complicados ainda”, salienta.

Uma alternativa para evitar as quedas de fios e postes que ocasionam falta de luz é a implantação da rede de distribuição subterrânea. O engenheiro elétrico compara as vantagens desse formato. “Se olharmos como é em lugares onde usam a fiação subterrânea, a exemplo dos Estados Unidos e países da Europa, o número de ocorrências e horas sem energia quando cai a eletricidade é muito menor”, exemplifica.

Frangiosi reconhece que o sistema subterrâneo requer investimentos mais robustos por parte das distribuidoras, mas possibilita um sistema elétrico mais confiável. No caso das indústrias, onde muitas adquirem gerador a diesel para acionar nas situações de emergência quando falta luz, uma rede elétrica com menos interrupções resultará em melhora na produção.

A Lead Energy atua na busca de soluções para os clientes, verificando como o consumidor pode obter redução nos custos pagos pelo serviço. “Olhamos a conta de luz do cliente como um todo, desde a troca do fornecedor para consumidores de média e alta tensão, ajustes de demanda e recuperação de crédito de ICMS e projetos de eficiência energética reativa. Isso é feito através de tecnologia, com um sistema onde o cliente coloca a conta de luz e recebe o diagnóstico completo do que pode ser feito”, descreve.

Com clientes em todas as regiões brasileiras, Fangliosi conta que, desde a abertura do Mercado Livre de Energia, mais empresas e instituições passaram a buscar soluções para reduzir os gastos energéticos. “Outros países já oferecem essa possibilidade de poder comprar energia de quem quiser. Agora o Brasil está caminhando nessa linha”, comemora. Em vigor desde janeiro deste ano, o Mercado Livre de Energia permite a negociação direta entre quem utiliza mais de 1.000 kW de energia com geradores e comercializadores.

https://www.jornaldocomercio.com/cadernos/jc-logistica/2024/05/1152124-aumento-no-consumo-de-energia-e-falta-de-investimentos-favorecem-apagoes.html

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